24 de mar. de 2014

APROVEITE A VIDA

Oi gente tudo bacaninha com vocês? Comigo está tudo bem, nesses últimos dias senti muitas dores nas costas e fiquei bem cansada por pouca coisa, mas como o assunto que quero tratar com vocês não tem nada a ver com isso já vou parar por aqui...rs
O que está mexendo muito comigo nesses meses é a importância que damos a vida e o que realmente importa. O valor que cada um dá pra sua vida é individual é claro, mas o que realmente vale a pena penso que vale pra todos.
Bem falo isso porque no fim do ano passado meu tio teve um infarto violento e ficou internado 3 meses a maioria do tempo na UTI e a família inteira mobilizada com essa situação, a partir daí tenho vivenciado perdas de pessoas conhecidas, afastamento do trabalho de pessoas queridas por motivo de doença, perda de pessoa desconhecida porém muito querida, parentes de amigos, conhecidos.
Eu sei o que todos falam nessa hora, é o ciclo natural da vida, enquanto uns estão nascendo outros estão morrendo.
Mas aí eu recebo vários emails por dia de pessoas que acabaram de descobrir a EM e estão desesperados, perdidos sem saber o que vai ser da sua vida a partir de agora. Claro que sei exatamente o que essas pessoas estão sentindo e procuro ajudar com a minha experiência, mas hoje fico me questionando “será que tem tanta importância eu saber como vou estar daqui alguns anos?”.
Eu já tenho a resposta. Não, não tem importância nenhuma, o que importa é eu me cuidar, fazer o meu tratamento direitinho, cuidar da minha saúde, não achar que tudo que sinto é culpa da EM, não é porque já temos uma não podemos ter outra, por isso manter os exames em dia, prestar atenção a qualquer sinal é o que me importa, pra levar uma vida tranquila e poder fazer o que ela tem de melhor, curti-la  e muito pois é o que realmente importa.
Um belo dia o nosso companheiro de trabalho saiu da sala reclamando de uma forte dor de cabeça, nem assinou o seu ponto e infelizmente nunca mais voltou. Ficou quase um ano internado depois de descobrir um maligno tumor na cabeça e a semana passada descansou. Foi assim de uma hora pra outra que a vida dele virou um sopro, seus sessenta e poucos anos terminou assim.
E depois dele infelizmente outros conhecidos e é nessa hora que passa um filme na minha cabeça, de tudo que já vivi e nesse filme o que realmente aparece são só os momentos felizes: horas de brincadeiras com as pequenas, muita farra com as amigas no passado, momentos mais que especiais com o amor da minha vida, noites de baladas, conversas, jantares, confidências com uma grande amiga, almoço, shows, família, viagens, tudo. E percebo que nesse filme aparece tudo que realmente me importa nessa vida!!!
Daí outro querido que nos deixou nesses últimos dias e que era nosso companheiro de luta pela EM o grande ator Paulo Goulart deixou um recado pra sua eterna companheira que resume tudo: “Aproveite bem a vida porque ela passa depressa!”
É com esse conselho que quero terminar esse post, deixe os problemas mais leves e tende resolvê-los logo pra poder curtir a vida adoidado!!!


Mil beijinhos pra vocês e aproveitem a vida...

Imagem: foto tirada em Montpellier 05/2010

5 comentários:

  1. Lindo...eh bom ler tudo isso,com isso quem sabe fico mais animada,pois iniciei meu tratamento da EM.Não esta sendo fácil, muita dor....mas a gente aguenta. beijinho.

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  2. Oi Fabi, Concordo com td que vc escreveu neste post. Assim que tive o diagnóstico, confesso, tive uma espécie de luto. Mas foi percebendo que a visão do futuro "não nos pertence" é que as coisas começaram a se acomodar na minha cabeça. Lembro-me, perfeitamente, que fiquei atenta ao caso do Michael Schumacher. Pensando comigo mesma: Eu como portadora da EM, posso ter esta ou aquela sequela com o decorrer do tempo. Entretanto, este rapaz, novo, rico, bonito, praticante de vários esportes e, aparentemente, sem nenhum problema na vida, viveu perigosamente quase uma vida correndo a 300 km por hora, e foi cair num mundo de neve, justamente em cima de uma pedra? Dá para entender? É o famoso futuro que não dá para ser planejado por ninguém! Espero imensamente que não, mas aquilo que eu posso ou não enfrentar daqui a algum tempo na vida, talvez ele enfrente, e da noite para o dia. Isso me fez refletir muito e, agora, lendo seu texto, só posso ratificar tudo o que escreveu. Temos que viver o hoje. E o "nosso hoje" pode ser um pouquinho diferente das demais pessoas, mas o futuro? Vai saber...
    Se ainda não lhe contei, assim como vc, sou funcionária de duas escolas, não como professora, mas como Secretária Escolar, mas estou em licença médica das duas. Quero mt voltar a trabalhar, mas td a seu tempo, porque ainda nem comecei o tratamento com o Rebif. Acho que seria precoce, assim como opinião da minha neuro, por conta do estresse. Vamos aguardando e se distraindo com algumas coisas, repensando outras e por aí seguindo, sempre com muita FÉ. Beijocas, Ma. Roseli

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  3. Oi Juliane
    se você tiver qualquer problema com o medicamento mesmo no início fale rápido com o seu médico tem algumas coisas que não são normais.
    Mas que bom que se inspirou com o texto!!!
    Força na peruca e vamos seguindo em frente!!!!
    Bjinhos

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  4. Oi Roseli,
    eu li seu comentário e me recordei da minha vida antes da minha readaptação, fiquei 4 anos sem trabalhar. No início é muito difícil mas depois peguei gosto...rs
    Fui fazer meu querido curso de francês que nunca tive tempo, terapia, exercício físico ou seja, preenchia meu tempo com cuidados totalmente voltados pra minha qualidade de vida. Aproveite pra fazer algo que não daria pra fazer trabalhando que nem louca.
    Eu costumava dizer que eu estava num momento "curtindo a vida adoidado". Quando as condições do corpo não ajudava, eu ficava em casa quietinha ouvindo música, assistindo filme, mas sempre pensando "estou me recuperando" e claro tendo muiiiiita paciência, porque sei que tem dias que temos vontade de chorar com essa situação, então chore é a melhor coisa!!!
    Mas depois levante e dê a volta por cima e pense seeeempre positivo!!!!
    Beijokas

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    1. Obrigada Fabi pelas suas palavras. Hoje foi um desses dias... Talvez a espera pelo medicamento esteja me deixando ansiosa. Estou há 5 meses em casa e realmente preciso preencher meu tempo. No momento só estou fazendo Pilates, mas pretendo iniciar algumas caminhadas tb. Sei que o pensamento positivo é mt importante neste momento e fundamental para a recuperação. beijos no coração. Roseli

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