5 de ago. de 2009

A HISTÓRIA DA ESCLEROSE MÚLTIPLA

CHARCOT



Como muitas outras doenças, a esclerose múltipla existia muito tempo antes de ter um nome. Escritos tão antigos quanto da Idade Média descreveram pacientes com sintomas que os médicos atuais apontaram como EM. Uma santa holandesa chamada Lidwína, que morreu em 1433, pode ter sido uma das primeiras pessoas com a doença. Depois que caiu enquanto patinava no gelo, ela desenvolveu sintomas como dores insuportáveis, cegueira, dores de cabeça, problemas de locomoção e paralisia.

Sua condição piorou no decorrer de sua vida, mas ela teve remissões. Outro afamado paciente potencial de EM foi o neto do rei George III, que descreveu seus sintomas em um diário que manteve até sua morte em 1848.
Vinte anos mais tarde, o Dr. Jean-Martin Charcot se tornou a primeira pessoa a quem se atribui a identificação da esclerose múltipla como uma doença. Uma paciente sua apresentou uma combinação incomum de sintomas. Ele tentou alguns dos tratamentos típicos para outras doenças neurológicas, como estimulação elétrica e injeções de prata (que ajudavam a aliviar os sintomas da sífilis), mas nenhum funcionou. Depois que sua paciente morreu, ele dissecou seu cérebro e descobriu as lesões. O médico chamou a doença de sclerose en plaques.

A mielina foi descoberta pouco tempo depois, embora sua exata importância fosse desconhecida.
Aperfeiçoamentos nos microscópios ajudaram os profissionais da saúde na pesquisa para entender a doença. Em 1916, um médico escocês chamado James Dawson descreveu claramente a inflamação e a desmielinização após observar células de pacientes com EM através de um microscópio.

Na época, os médicos pensavam que a esclerose múltipla era causada por uma toxina ou vírus que alcançavam o cérebro via corrente sanguínea, embora não tivessem provas. Na década de 1930, estudos de laboratório em camundongos sugeriram a possibilidade do sistema imunológico estar envolvido, mas a maioria dos médicos não levou a sério essa hipótese.
Em 1947, um pesquisador da Universidade Columbia descobriu que pessoas com EM tinham subprodutos incomuns de proteínas em seu líquido cérebro-espinhal, preparando o caminho para as pesquisas atuais sobre a doença. Durante esse tempo, os médicos acreditaram que a esclerose múltipla era causada por problemas com a corrente sanguínea e tentaram estimular a circulação como tratamento.

Depois que a estrutura do DNA foi descoberta, em 1953, eles começaram a entender melhor a genética e o sistema imunológico. Na década de 1960 descobriu-se que a EM provavelmente era uma doença auto-imune e na década seguinte foram usados esteróides para tratar as crises. Além disso, os cientistas também desenvolveram o primeiro agente modificador da doença.
Numerosos testes clínicos envolvendo tratamentos e diagnósticos potenciais aconteceram nos anos entre 1980 e 1990. As varreduras por meio de ressonância magnética se tornaram o carro-chefe para os diagnósticos; e foram realizados testes de eficácia de agentes modificadores da doença para retardar seu progresso. Também houve aperfeiçoamentos no uso de drogas para tratar sintomas, assim como o desenvolvimento de reabilitação mais eficaz e outros tipos de terapia.

Ao contrário dos pacientes de EM do passado, os atuais têm uma grande variedade de opções de tratamento. Recentemente houve uma pesquisa clínica promissora na forma de tratamento com células-tronco que podem ser capazes de reparar a mielina danificada.

HISTÓRICO CRONOLÓGICO DA ESCLEROSE MÚLTIPLA

1280-1333
Lidwina van Schiedam. A freira alemã descrita por Medaer, como o primeiro caso documentado de EM.
1293-1323
Saga na Islândia descrevendo um possível caso.
1825-1893
Jean-Martin Charcot sistematiza as manifestações clínicas e divulga a EM.
1835
Jean Cruveilhier descreve o primeiro estudo patológico.
1838
Carswell publica atlas de patologia incluindo e EM.
1848
Friedrich Theodor von Frerichs caracteriza a clínica da EM.
1866
Edmé Félix Vulpian utiliza o termo “esclerose em placas disseminadas”.
1922
Davenport observa predileção racial na EM.
1926
Antônio Austregésilo relata o primeiro caso no Brasil.
1935
Rivers e Schwintker produzem a EAE.
1940
Descoberto o diário de Sir Augustus Frederick d’Este (primeiro relato de conversão da neurite óptica para EM).
1946
Ulett enfatiza fatores geográficos na prevalência.
1955-1983
Kurtzke cria a DSS e a EDSS.
1961
Miller et al. empregam ACTH no tratamento dos surtos.
1965
Schumacher et al. publicam critérios de diagnóstico.
1966
Alter observa os efeitos de migração de judeus para Israel.
1967
Dean estabelece a idade de 15 anos como ponto limite de risco para “adquirir” a EM.
1980
Kurtzke revê a epidemiologia e enfatiza a possibilidade de etiologia infecciosa.
1983
Poser et al. publicam critérios de diagnóstico para protocolos de pesquisa.
1983
Young demonstra o papel da IRM no diagnóstico.
1984
Ana Maria Levy e Renato Basile fundam a ABEM.
1988
Fundação do GT de Neuroimunologia da Academia Brasileira de Neurologia.
1993
Johnson et al. publicam o estudo definitivo sobre a eficácia do beta-inter-feron 1ª no tratamento.
1999
Fundação do BCTRIMS.




FONTES:



Beijinhos pessoal e até amanhã....

4 comentários:

  1. Que pesquisa maravilhosa vc está fazendo, hein amiga?! Está de parabéns!!!
    Também estava com saudades de passar por aqui. Sabe que dessa maneira sinto como se te conhecesse pessoalmente e minha admiração por você só aumenta.
    Adoro você!
    Bjossssssss

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  2. Muito bons os posts viu Baby... to adorando, tá ficando muito show seu blog...
    Beijão

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  3. Adorei Fabiana, sua pesquisa esta show. Amei seu blog.
    Bjs, fica paz.

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  4. Regina e suas palavras que engrandece qualquer um!!! Adorável amiga!!!
    Bjs

    Baby como sempre dando toda a força e admirando!!!
    Bjs

    Marcela, muito obrigada espero que continue aqui!!! Tudo de bom a você!!!
    Bjs

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